A missão da UEMS é “gerar e disseminar o conhecimento, com vistas ao desenvolvimento das potencialidades humanas, dos aspectos político, econômico e social do Estado, e com compromisso democrático de acesso à educação superior e o fortalecimento de outros níveis de ensino, contribuindo, dessa forma, para a consolidação da democracia”. (PDI, 2014-2018, p.7).
Portanto, desde o início da sua trajetória, a proposta da UEMS visa o atendimento das necessidades da sociedade sul-mato-grossense, objetivando contribuir efetivamente para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do Estado.
No ano de 2014, a UEMS ofereceu 58 cursos de graduação, 23 cursos de pósgraduação Lato Sensu e 14 cursos de pós-graduação Stricto Sensu nas diversas áreas do conhecimento.
A Unidade Universitária de Campo Grande foi instituída a partir do oferecimento do Curso Normal Superior, em 2000, fruto de uma parceria entre a UEMS e a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul. Atualmente a Unidade possui 7 cursos de graduação e oferece 3 programas de pós-graduação Stricto Sensu. Em 2010 foi implantado o curso de Geografia, licenciatura, na Unidade Universitária de Campo Grande, primeiro e fundamentalmente para dar respostas à sociedade sul-mato-grossense, segundo, para agregar ao desenvolvimento dos cursos de licenciatura da Unidade, por último, corroborar para o fortalecimento da Unidade que tem um perfil em Ciências Humanas, o que possibilitará significativamente a associação entre os pesquisadores da UEMS e a sua pretendida verticalização. Ressalta-se, também, que o Curso de Geografia ofertado pela UEMS na Unidade Universitária de Campo Grande é o único Curso de Licenciatura em Geografia ofertado na Capital do Estado.
No ano de 2013, o Curso de Geografia, licenciatura, foi reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação, que em seu parecer destacou que: "O Curso de Geografia da UEMS - Unidade de Campo Grande - atende a uma demanda local/regional, em uma capital de estado que ainda não possuía curso de Geografia em uma Universidade Pública e, neste sentido, seus objetivos são suficientemente coerentes com o contexto educacional. A implantação do Curso Geografia em Campo Grande materializa um dos princípios de criação da UEMS como instituição pública atenta às necessidades de todas as localidades do território sul-mato-grossense. (CEE/MS, 2012, p.3)."
Nesse contexto, e a partir da existência e do aproveitamento dos recursos materiais e humanos do curso de Geografia Licenciatura, surge o interesse em organizar o curso de Geografia Bacharelado, com um perfil de formação mais técnica.
Contexto da Formação Técnica do Bacharel em Geografia
O Estado de Mato Grosso do Sul está localizado na Região Centro-Oeste do Brasil, junto com os estados de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Devido sua posição geográfica, faz divisa com cinco estados brasileiros: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e
Mato Grosso, e com dois países, Bolívia e Paraguai.
O Estado é formado por 79 municípios, e sua extensão territorial representa 22,2% da Região Centro-Oeste e 4,19% do Brasil, com 357.145,532 km², sendo que 25% deste total, ou seja, 89.318 km² correspondem à área do Pantanal Sul-Mato-Grossense, uma das maiores
extensões úmidas contínuas do planeta.
Conforme IBGE (2010), o Estado possui uma população de 2.449.024 habitantes, sendo que 2.097.238 residem na zona urbana e 351.786, na área rural, apresentando uma densidade demográfica de 6,86 hab/km². Possui um Produto Interno Bruto (PIB) de 49,2 bilhões. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,729, e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) Educação é 0,629 no Estado. O Índice de Desenvolvimento da Infância (IDI) é 0,88.
A população de Mato Grosso do Sul é composta por uma rica diversidade de origens e culturas, que inclui pessoas de diferentes nacionalidades, migrantes de todas as regiões do País, populações do campo (incluídos os acampamentos e assentamentos), comunidades em áreas indígenas e em áreas remanescentes de quilombos e povos das águas (populações ribeirinhas e pantaneiras).
Com as mudanças socioeconômicas e ambientais ocorridas no Mato Grosso do Sul, sobremaneira nas últimas décadas, decorre um novo cenário para este Estado, instaurando um tempo de novos fazeres institucionais para acompanhar as dinâmicas, as novas paisagens e outros desdobramentos territoriais nas mais variadas frentes de gestão governamental. Este quadro impõe aos órgãos de gestão um reaparelhamento de estruturas e quadros técnicos, com novas demandas de formação superior, sobremaneira à UEMS, pela sua condição de instituição de ensino, pesquisa e extensão de natureza administrativa estadual.
A UEMS, surgida com o propósito maior de interiorizar o acesso ao ensino superior na formação docente, emerge uma nova realidade que se sobrepõe para além da já exitosa contribuição na formação de professores. É nesse contexto que se coloca a necessidade da oferta de um Bacharelado em Geografia, principalmente pela natureza das competências desse profissional e pela existência de apenas quatro cursos superiores dessa habilitação no Mato Grosso do Sul, cabendo destacar que nenhuma dessas ofertas é feita pela UEMS.
Por essa proposição (Bacharelado em Geografia), a UEMS, através da Unidade Universitária de Campo Grande, além da formação de professores, também contribuirá na formação técnica em Geografia, com enfoque no planejamento territorial.
Outro aspecto a considerar é a existência de um único curso de Bacharelado em Geografia na Região de Planejamento de Campo Grande, onde se instala aproximadamente nove municípios de Mato Grosso do Sul, num raio de abrangência de não mais que uma hora de deslocamento entre esses e a capital.
Ainda no aspecto regional, é necessário mencionar que nessa unidade de planejamento territorial do Mato Grosso do Sul, reside aproximadamente a metade da população do estado, colocando uma demanda potencial que extrapola a dimensão territorial do município que abrigará a oferta do curso ora em destaque (Geografia-Bacharelado/UUCG).
No âmbito interno, é preciso enfatizar que essa oferta de Geografia, Bacharelado, maximiza os recursos humanos e materiais já direcionados pela UEMS na oferta do curso de Geografia, Licenciatura, uma vez que essas duas ofertas terão um núcleo de disciplinas comuns, com equivalência de aproximadamente 50% da matriz curricular em ambos os Cursos, o que vai ao encontro do disposto no PDI (2014-2018), cujo texto menciona:
[...] o ensino de graduação da UEMS será desenvolvido de forma articulada, com vistas a corresponder às mudanças exigidas para a educação superior nos cenários mundial, nacional e regional, evidenciando assim, uma nova postura que considere as demandas da sociedade e do mundo do trabalho, concebendo currículos com projetos pedagógicos mais dinâmicos e flexíveis, adequados e atualizados, que coloquem em movimento as diversas propostas e ações para a formação do cidadão capaz de atuar ativamente diante dos problemas que a dinâmica social impõe. (grifo nosso).
Outro ponto de destaque no PDI (Op. cit.) que evidencia esta proposta, é o que apresenta a Meta 2 do objetivo 1 (2.3.1), onde fica claro a possibilidade de expansão dos cursos nas unidades universitárias. Nesse sentido, cabe mencionar que a proposta de Geografia, Bacharelado, foi elencada como uma das prioridades de implantação de novos Cursos por ocasião das discussões e encaminhamento do PDI acima citado na Unidade Universitária de Campo Grande, além de fortalecer a verticalização da área de Geografia.
No decorrer do processo de avaliação interna do curso de Geografia Bacharelado, algumas questões foram objeto de maior reflexão por parte dos membros do Comitê Docente Estruturante, Comissão de Autoavaliação do Curso e colaboradores, que juntamente com as orientações do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MS), resultou na necessidade da reformulação do projeto inicial implantado a partir de 2014.
Tendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior, a Decisão PL DECISÃO PL 2078/2004, CONFEA/CREA, além de outros documentos do sistema CREA/CONFEA sobre a profissão de Geógrafo, a reformulação desse Projeto Político Pedagógico foi concebida para que o egresso tenha uma formação pluralista e técnica, capaz de articular teoria e prática, contemplando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, respaldada numa sólida formação interdisciplinar, com perspectiva inclusiva e de valorização à diversidade e aos princípios educativos e de formação técnica.
