UEMS/CG: Ministra das Mulheres fala sobre a luta das mulheres no VII Encontro em Análise do Discurso: Linguagem, História, Ideologia e Revolução

UEMS/CG: Ministra das Mulheres fala sobre a luta das mulheres no VII Encontro em Análise do Discurso: Linguagem, História, Ideologia e Revolução

Por:Lucinéia Ramos 04/04/2024 17:46

Hoje, o VII Encontro em Análise do Discurso: Linguagem, História, Ideologia e Revolução, bem como o ProfLetras: I Encontro de Ensino de Língua Portuguesa Brasil/Argentina: Trocas de Experiência, foi dedicado às mulheres e contou com a presença da Ministra de Estado das Mulheres, Aparecida Gonçalves. Ela falou sobre a luta das mulheres nos discursos constituídos a partir da luta feminina das últimas décadas.

A ministra também colocou a Análise do Discurso como uma área científica e de pesquisa, de suma importância para avaliar o processo de construção de políticas públicas, no enfrentamento ao fascismo e a violação dos direitos constituídos pela legislação. Aparecida Gonçalves ressaltou que, mais de 50% da população brasileira é composta por famílias com mães solo, fato que deve levar a sociedade a repensar a concepção de maternidade no sentido de valorizar os direitos da mulher. “Precisamos reconstituir a narrativa, a fala é convencimento, é preciso impedir a intimidação, mudar a ideia e o pensamento de quem concorda com a ideologia do governo anterior e a intolerância. Dessa forma, a mulher vai continuar nos espaços de poder”, finalizou.

A Subsecretária de Politicas Públicas para as Mulheres de Mato Grosso do Sul, Manuela Nicodemos Bailosa, fez um levantamento histórico sobre a participação da mulher na sociedade desde o período feudal, trabalhando sempre sem direito a salário, mesmo depois da revolução industrial com dever de exaustivas horas no emprego, sem as mesmas garantias do homem (o provedor da casa). Os direitos das mulheres sempre foram negados e as estratégias para que sejam cumpridos continuam.

Outro ponto discutido foi a diferença salarial entre homens e mulheres - A Lei nº 14.611, sancionada em julho de 2023, exige transparência na remuneração de profissionais com cargos equivalentes. Em caso de não cumprimento, a multa pode chegar a 3% dos salários. Para impedir a implementação da lei a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio (CNC) entrou no Supremo Tribunal Federal. Processo que está em tramitação pra ser julgado.

Para o coordenador do evento, o professor Dr. Marlon Leal Rodrigues, as mesas de debates de hoje, as palestras, as comunicações e os cursos evidenciam o potencial das mulheres. “A força feminina pode ser vista em tudo que acontece nesse evento, participaram da elaboração do encontro e da execução, elas vêm ocupando os espaços”, afirmou.

O professor Dr. Wedencley Alves Santana da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), disse estar entusiasmado com a força das mulheres presentes no Encontro. Segundo ele, a dinâmica apresentada revela a conjuntura de um governo progressista, no qual emerge a tranquilidade e reflete a ampliação da participação feminina nos espaços de poder.

As pautas das palestras apresentadas hoje (4), bem como, as mesas redondas, os minicursos, a exposição e os lançamentos de livros foram feitos pelo público feminino destinado à comunidade interna e externa. Desde que começou, o evento realizado em todos os períodos, reuniu mais de 350 pessoas.

A Nova Edição do Encontro em Análise do Discurso

A abertura oficial do VII Encontro em Análise do Discurso: Linguagem, História, Ideologia e Revolução, bem como o ProfLetras: I Encontro de Ensino de Língua Portuguesa Brasil/Argentina: Trocas de Experiência aconteceu na última terça-feira (2), no auditório da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), região do Santo Amaro. Até amanha, sexta-feira (5), doutores, mestres e especialistas da área, comunidade externa e interna estarão reunidos apresentando as pesquisas desenvolvidas na área, de forma interdisciplinar, propondo novas perspectivas sobre os assuntos abordados.

Patrícia Stephanie Lorena Nuñez, mestranda da Universidade Nacional de Missiones, da Faculdade de Humanidades e Ciências Sociais, abordou em sua palestra, a valoração social do português, por argentinos da província de cidade de Panambi que faz fronteira com o Brasil – em Porto Vera Cruz, RS. Na pesquisa descobriu que muitos argentinos têm o português como língua materna e não como segunda língua. “Em outros casos o estudo revelou ainda que, o valor social da variedade linguística que, no caso o português, é muito positivo, a concentração de falantes traz à tona a vitalidade o fluxo do português na região de fronteira”, ressaltou.

Um fato histórico foi apresentado: a proibição do português em um dado momento político – o preconceito linguístico não impediu a população fronteiriça de falar o português e apreciar em alguns casos, o idioma brasileiro mais que a língua pátria, sublinhou Patrícia.

O coordenador do evento, o professor Dr. Marlon Leal Rodrigues, destacou as temáticas sociais na pesquisa e no cotidiano, com a presença de uma série de movimentos populares dentro da Instituição, para a academia se politizar porque, segundo ele, a universidade é crítica teoricamente e metodologicamente, não na prática. “A teoria deve levar a uma nova práxis, caso contrário é um contrassenso”, finalizou.

Corroborando o argumento do seu colega de trabalho, o professor Dr. Antônio Carlos Santana de Souza, fez uma rápida reflexão sobre a linguística em seu aspecto histórico com ênfase ao discurso social e aos movimentos populares no contexto político do país, nos últimos anos. “Se analisarmos a política brasileira veremos que houve um afronta aos ideais comunitários da nação e, isso precisa ser discutido”, concluiu.