UEMS CG: Pioneiros em avaliar a saúde de caminhoneiros na Rota Bioceânica, acadêmicos de medicina da UEMS voltam a atuar

Medicina

UEMS CG: Pioneiros em avaliar a saúde de caminhoneiros na Rota Bioceânica, acadêmicos de medicina da UEMS voltam a atuar

CAMPO GRANDE
Por:Katiuscia Fernandes ACS / UEMS CG 13/11/2023 13:12

 

Depois de avaliar doenças crônicas e riscos cardiovasculares dos caminhoneiros que trafegam pela Rota Bioceânica, cerca 20 acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) voltam a atuar, desta vez realizando exames para detecção de IST’s, acuidade visual, perda auditiva, além de exame físico (peso, altura, medida da circunferência abdominal, Índice de massa corpórea – IMC e aferição de sinais vitais), e exame laboratorial (teste rápido de glicemia capilar e teste rápido de colesterol total/frações e triglicerídeos).

De acordo com o coordenador do projeto UEMS na Rota, o prof. Dr. Ruberval Maciel, e professor do módulo langitudinal “Habilidade de Comunicação, Liderança e Gestão” do terceiro ano do curso de medicina, juntamente com a profª Drª Inesila Montenegro, explica que o objetivo trazer o conhecimento adquirido na Universidade para os caminhoneiros. “A partir do levantamento feito será possível criar políticas públicas de prevenção da saúde dos caminhoneiros”.

 

Ruberval lembra do exemplo da pandemia, em que esse público continuou trafegando por diversos estados, municípios e países, muitas vezes disseminando o vírus. “A UEMS desenvolve um papel social muito importante quando vem aqui, primeiro porque possibilita ao aluno o contato com um público que não teria se não fosse esse tipo de atividade. Por outro lado, essa mesma ação possibilita a este público(os caminhoneiros) ter acesso a exames e a um acompanhamento de saúde e prevenção a diversas doenças”, reforçou.

 

A ação, que foi realizada em um posto de parada de caminhoneiros em uma das saídas de Campo Grande, é parte do eixo Saúde, coordenado pela professora Dra. Alessandra Aparecida Vieira Machado, com a colaboração do também professor da UEMS e pelo prof. Dr Antônio Grande. Alessandra ressaltou que em três dias de ação já foi possível detectar 25% de casos de sífilis. “Todos eles são encaminhados para tratamento e em 15 dias faremos um novo contato pra saber como está o andamento”.

 

 

A coordenadora ainda contou que na ação de avaliação dos riscos cardiovasculares foi possível perceber que mais de 50% procurou atendimento e começou a fazer algum tipo de tratamento. “Muitos inclusive nem sabiam que tinham problemas de saúde como estes, e que corriam riscos de causar acidentes graves pelas estradas”.

Outro dado importante, descoberto a partir do levantamento, é de que grande parte dos caminhoneiros avaliados, é de fora do Estado. Alessandra explica que a partir dessa informação será possível fazer um mapeamento de quais Estados são os caminhoneiros que estão transitando por esta Rota, estabelecer parcerias com universidades de outras localidades. “Precisamos saber de ondem estão vindo as doenças que entram em nosso Estado.”

 

A profª Drª Maria Inesila Montenegro, pesquisadora do Projeto UEMS na Rota, orienta um dos acadêmicos que avalia a saúde auditiva dos caminhoneiros, que pode interferir diretamente no desempenho das funções e colocando este profissional e demais usuários das estradas em sérios riscos.

 

Ela explica como é feita a avalização. “A saúde auditiva está diretamente relacionada ao equilíbrio e a uma séria de outras habilidades. Ouvir bem é fundamental pra quem está dirigindo. Então além de avaliarmos o envelhecimento do aparelho auditivo também avaliamos a otosclerose e a doença de meniere, por exemplo”.

 

Também participaram da ação os professores Doutores Lucio Flávio Sunakozawa (vice coordenador do Projeto), Marcelo Teixeira, Nelagley Marques, Elisângela Serenato Madalozzo, e os médicos cirurgiões vasculares Alex Kanomata e Renan Vizeu Joaquim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acadêmicos e Caminhoneiros

Roberto Tadeu Bezerra Feitosa, de Recife-PE, que trabalha há 25 anos como caminhoneiro, ficou muito feliz em poder participar da ação. “A gente não tem muito tempo pra se cuidar. Essa é uma forma de ter mais atenção com a nossa saúde. Todos os exames que fiz deram negativo, sem doenças nenhuma, graças a Deus”.

O caminhoneiro ainda acrescentou que outros Estados deveriam adotar a iniciativa. “Isso é um incentivo, outros Estados têm que tomar como exemplo”.

No quinto ano de medicina da UEMS, Yuri Lobato, contou que esta já é a terceira edição do projeto UEMS na Rota que ele participa, e que mais do que realizar os exames, o foco é conscientizar. “Devido a profissão que exercem, a falta de tempo, os caminhoneiros dificilmente irão procurar atendimento na rede pública de saúde, por isso conscientizar sobre as principais doenças, sobre como se prevenir e quando detectadas, como controlar é sempre bom”.

Luiza de Carvalho Galvão, que também é do quinto ano do Curso, está em seu segundo ano participando do projeto, avaliando a qualidade do sono na população caminhoneira. Ela conta que na BR 262, no entorno de Campo Grande, por exemplo, houve um aumento considerável no índice de acidentes de 2022 para 2023. “Dentro do meu projeto, desenvolvemos um adesivo com diversas dicas para garantir a qualidade do sono. Ou seja, estou trazendo para a linguagem deles todo o arcabouço de conhecimento que adquiri na Universidade”, concluiu a acadêmica.

UEMS na Rota

O projeto UEMS na Rota – Eixo Saúde conta hoje com 55 bolsistas de PIBIC e PIBEX, além de 02 coordenadores e 24 professores pesquisadores. Para mais informações sobre o projeto basta acessar uems.br/uemsnarota.