UEMS CG: I Encontro Intercultural e Intergeracional UMA/UEMS e Furnas de Dionísio promove troca de experiências

Turismo

UEMS CG: I Encontro Intercultural e Intergeracional UMA/UEMS e Furnas de Dionísio promove troca de experiências

CAMPO GRANDE
Por:Katiuscia Fernandes DCS/CG 16/04/2024 08:19

Música, dança, rodas de conversa, feira de produtos locais, trilha na cachoeira, artesanato, comidas típicas e muita troca de experiências. Esse foi o resultado do primeiro Encontro Intercultural e Intergeracional da Universidade da Maturidade, que aconteceu neste último domingo, dia 14 de abril, em Furnas de Dionísio.

O ponto de encontro foi a sede da Universidade, no bairro Santo Amaro, e de lá, seguiram em sentido ao município vizinho – Jaraguari, onde fica localizada a Comunidade Quilombola, conhecida pelo turismo, com cachoeiras e trilhas em paisagem típicas de cerrado, e protegidas pela Serra de Maracaju.

O professor Dr. e coordenador do Projeto de Extensão UMA, Djanires Neto acompanhou a turma. Para ele o encontro atingiu seu objetivo ao promover a integração entre os acadêmicos da Universidade da Maturidade com a Comunidade de Furnas, envolvendo desde crianças, adolescentes, adultos e pessoas idosas. “Criamos conexões e trocas de experiências, que era o objetivo central. Lá pudemos testemunhar a história do povo, seus hábitos, sua gastronomia, sua dança, e fomos convidados a integrar e participar desta manifestação cultural neste “Dia de Campo”, explicou o professor.

Prof. Neto ainda acrescentou que a atividade foi concluída com êxito, promovendo esse relacionamento intercultural, dentro do que preconiza o turismo de base comunitária.

A ação, que contou com a participação de alunos do curso de turismo, professores, técnicos e integrantes da comunidade quilombola, também é parte do Projeto Estratégico de Desenvolvimento Social e Econômico das Microrregiões de Campo Grande, criado pelo curso de turismo da UEMS, com os remanescentes de quilombolas e moradores de Jaraguari, e desenvolvido desde 2020.

A coordenadora do Curso do Turismo da UEMS, Dra. Débora Fittipaldi explicou que durante o desenvolvimento do Projeto Estratégico os moradores da comunidade e do entorno de Furnas do Dionísio foram capacitados para a condução, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos na comunidade, e hoje estão tendo a oportunidade de exercitar este aprendizado. Por outro lado, aos alunos da UMA foi possibilitado “experimentar o turismo de base comunitária, o turismo de experiências, visitar ou em alguns casos, revisitar uma Comunidade Quilombola. “Com toda certeza a atividade atingiu o seu objetivo e com sucesso”, concluiu.

Vera Lúcia Rodrigues dos Santos, coordenadora do Grupo de Turismo de Base Comunitária da Comunidade Quilombola de Furnas de Dionísio fez uma avaliação bastante positiva deste primeiro encontro. “Novas portas foram abertas. Com a ação pudemos avaliar o que é preciso melhorar e como nos organizar”. Vera ainda ressaltou a beleza que foi presenciar a troca de experiências entre os dois grupos da terceira idade – o alunos da UMA e os integrantes do Quilombo.

História - A comunidade foi formada a partir de 1890, com a chegada do escravo liberto Dionísio Antônio Vieira e da mulher, Joana Luísa de Jesus, vindos de Minas Gerais.

Entre 1917 e 1918, Dionísio recebeu a escritura documental definitiva da compra de área ocupada por sua família, e depois da morte do casal, na década de 1930, as terras foram divididas entre os filhos, que também se casaram, formando famílias e fazendo aumentar a comunidade.

O território foi titulado pela Fundação Cultural Palmares em 2000, com portaria reconhecida pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2009. O processo de regularização, porém, ainda está pendente, aguardando sentença final.

No local há duas escolas em funcionamento. A municipal Dionísio Vieira, fundada em 1984, que oferece ensino básico e a estadual Zumbi dos Palmares, inaugurado em 1996, com ensino fundamental e médio em período integral.

A maioria dos descendentes vive da produção agrícola, do plantio do limão, milho, quiabo, berinjela, abobrinha, da fabricação da farinha de mandioca e dos derivados da cana-de-açúcar, como rapadura, melado e açúcar mascavo. Além do consumo interno, também vendem para a Ceasa (Central de Abastecimento de MS), em Campo Grande.